A repercussão de uma polêmica envolvendo o padre Fábio de Melo e a cafeteria Havanna, em Joinville (SC), agora chegou à Justiça. Jair José Aguiar da Rosa, ex-gerente da unidade, entrou com uma ação cível contra o religioso e prepara um processo trabalhista contra a empresa após ser demitido em meio à exposição do caso nas redes sociais.
A informação foi confirmada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Turismo, Hospitalidade e de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (Sitratuh), que acompanha o caso. De acordo com o advogado Eduardo Tocilo, a empresa teria tentado se blindar da repercussão colocando a culpa no funcionário: “A ação cível contra o influenciador religioso já foi distribuída e está em trâmite para ingresso da ação trabalhista contra a empresa que, na tentativa de se blindar da repercussão do vídeo, acabou jogando toda a culpabilidade pra cima do empregado”, afirmou.
Em entrevista ao programa Tá na Hora, do SBT, Jair desabafou sobre os impactos emocionais e profissionais desde que o caso veio à tona. “Eu queria que ele explicasse por que fez isso comigo. Como é visto nas câmeras, em nenhum momento eu falo com ele. Quem questiona o doce de leite nem é o padre, é outro rapaz. Ninguém chamou o padre, não houve qualquer interação entre nós”, disse.
Segundo Jair, a exposição gerou sérias consequências para sua saúde mental. Ele precisou trancar a faculdade a poucos meses da formatura e foi diagnosticado com três síndromes distintas. “Fui obrigado a parar tudo. Estou em depressão, minha vida virou de cabeça para baixo. Tenho muito medo de sair na rua. A vergonha é muito grande”, contou.
Em nota divulgada pelo Tá na Hora, padre Fábio de Melo afirmou que não teve intenção de prejudicar ninguém e reforçou seu compromisso com o diálogo e a empatia. “Nunca, em tempo algum, levantei minha voz ou minha ação com intuito de ferir ou prejudicar quem quer que fosse. [...] Se, em algum momento, minha postura, minha fala ou minha presença causaram dor a alguém, quero aqui reafirmar: estendo a mão não para julgar, mas para acolher”, declarou.
O caso segue em tramitação na Justiça, e ainda não há data para julgamento. Enquanto isso, Jair tenta reestruturar sua vida longe dos holofotes, agora, com o apoio do sindicato e da ação judicial em andamento.
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